segunda-feira, novembro 19

Trindade - Pt.3

O céu se divide de azul, como a cor do mar, escuro, não como o próprio céu, que contempla a luz do sol, tornando-se claro. O sol, este, atrás de algumas nuvens, mostra-se tímido ante à imensidão, fazendo nascer um cinza na proporção de sua fuga. O reflexo, que brilha no mar, é de um branco que cega, assim como o branco da espuma, criada a cada onda que quebra.


As pedras misturam-se com a água, fazendo parte do espetáculo natural que aqui se mostra, onde a natureza interage por completo, onde o horizonte parece nunca terminar, criando uma atmosfera, um refúgio local, dentro de nossas mentes. Mentes corrompidas, por ações de vidro e concreto, estes, inexistentes no contexto ao qual me encontro agora, na diversidade de cores, desde o azul do céu, o azul também presente no mar, a cor da areia, em sua amplitude e exuberância.

Aqui a vida se faz nítida, de todas as formas, aqui, a energia pode ser absorvida por nossos corpos, energia necessária para o nosso equilíbrio, responsável pelos nossos processos intelectuais e espirituais, ao passo que a interação de ambas consistem na atuação da mente no âmbito universal.

Determinado por ventos que trazem paz, o clima aqui é de total sustentação do etéreo. Se existem refúgios onde o corpo material se torna objeto, algo supérfluo, este, é um desses.

Onde as montanhas encontram o mar, onde a vida convive em total harmonia e afinidade, uma praia perdida entra as falhas da sociedade, a praia do Cepilho, nas proximidades de Paraty, em Trindade.