(Inspirado no vídeo da música Hoppipólla de Sigur Rós)
Às vezes paro e penso, com a pouca idade que tenho, não deveria me preocupar com certas coisas, coisas sempre consideradas "coisas de velho", ou "coisas de gente mais velha", do que eu, óbvio. Mas, pensando com meus botões esses dias, cheguei à conclusão de que muita coisa nessa vida foi e continua sendo deixada para trás. Quantas oportunidades, quanto ganho, quanta perda, vai saber. Nem imagino quantas pessoas deixei de conhecer, ou quantos lugares deixei de visitar, quantas vezes passei pelo mesmo lugar e nunca entrei, quantas vezes vi aquele mesmo senhor e nem um "oi" tive a capacidade de dar. Numa dessas minha vida poderia simplesmente virar de cabeça para baixo. Nunca se sabe onde reside uma grande oportunidade, uma grande felicidade, uma grande desilusão, nunca se sabe. Se somos ou não felizes, nunca poderemos saber se poderíamos ser mais ou menos do que somos agora. Que sirva também para os infelizes, que não saberão se poderiam estar noutra situação hoje. Portanto, aos pés dos meus jovens vinte e um anos, venho por meio deste, reiterar de forma a que todos também parem e pensem. Nunca é tarde para voltar atrás, para se desculpar, para sorrir novamente. Nunca é tarde para dizer "eu te amo", para contar a verdade, para seguir em frente. Para sair do armário e se revelar ao mundo. Nunca é tarde para fazer aquela ligação, ou vestir aquela calça abarrotada, nunca é tarde para pedir permissão, pedir a mão dela, nunca é tarde para amar, nunca é tarde para se divertir, sonhar, nunca. Nunca é passada a hora de correr para os braços de quem te espera, ou para dar aquele abraço apertado. Nunca é tarde para começar aquele novo projeto, ou hora de se aposentar. Nunca é tarde pra dizer não, ou para finalmente aceitar. Nunca é tarde para mudar. Nunca. Nunca é tarde. E melhor pensar nisso agora, do que espera até o dia em que será tarde demais para dizer ou fazer qualquer coisa, coisa de velho, coisa de gente mais velha que eu, que deixa o tempo passar.