terça-feira, junho 24

Esquizofrenia

Sinto cada vez mais
Uma suave vontade
De correr sem rumo
De correr distante

Sentir o vento bater
E me levar consigo
Não como as aves,
Que têm um destino

Tirar minha camisa
Aquela amarrotada,
E seguir a juventude
Dos meus atos



Gritar alto, gritar alto
Em seguida me calar
Olhar para o horizonte
Para todos os lados

E perceber de súbito
O ímpeto acelerado
De ser feliz, alegre
Um acre desejo

Enfim, recolher meus
Panfletos oníricos,
Lapsos vitoriosos
Da doença espalhada

A esquizofrenia
Fazendo-me querer
Ser grande
Demais

Páro por aqui.
Páro por aqui.