domingo, outubro 14

Retrato Paratiense

Pedras submersas nas ruas agora alagadas. Maré que sobe sem avisar, lavando assim o pé da Matriz antiga, erguida em força, bruta e muita fé, por mãos que sofrem e consolam sua necessidade de crença. Os destilados animam a noite, onde a água teima em permanecer sobre a rua, sobre as pedras outrora secas, inundando toda a história e fazendo com que a diversão tome ares precavidos, com que o corpo balance sobre o chão, que os pés não se molhem de maré, com que o som não se vá por de repente, nos levando a rumos distantes, descalços e desprovidos de força, num instante onde o cambalear superou o passo, passos antes firmes, agora cautelosos, sustentados por pés molhados, escorregadios, ausente do calor destilado, emaranhado de solidão, decepção e um bocado de frio.