E é com alegria que abraço São Paulo antes de ir
Pois sei que sigo pra longe, que sentirei saudade
E também sei que toda minha ira revela-se tola,
O incontável desperdício pra travessar uma rua,
Tempo que aqui, hora corre, hora não, incógnito
Sei que minhas manhãs de Sampa são raridade
Minhas tardes sempre a observá-la, impotente
Porém, às noites, é que se percebe como somos
Pequenos, comparados aos flashes das antenas
A piscar lá de longe... Arranhando o céu escuro
Chuva que não cessa, o sol tímido a se esconder
Frio de rachar a boca, ou um calor insuportável
Filas e mais filas, bancos e supermercados, ufff
Conglomerados apressados e alguns devagares
Aqui não se pode parar, mas pára, sei que pára
As luzes daqui são diferentes, a noite por si só
É tudo muito abstrato, muito moderna, velha
Das grandes construções e sobrados solitários
Às ruas pavimentadas ou de terra bem batida
Como definir São Paulo? Fácil. Um Contraste.
E é por isso que eu volto.
