terça-feira, janeiro 8

Bala Perdida

E assim se fez o findar do sonho
Quando o despertar fora interrompido
Por um som tão ensurdecedor quanto o silêncio
Ao adentrar seu aposento e seu peito

Vindo de longe, trazido junto ao vento
Carregada de ódio, talvez lamento
Uma bala perdida, justamente em seu leito
De forma egoísta, iniciando o tormento

De quem segue a vida, seja fora ou dentro
Daquele ou daquele outro, outro aposento
Que descreve o momento entretanto
Segundos antes da partida destre ou de outro

Vindo de encontro à carne sofrida, maldita
Filho da puta, engole essa porra arremetida
Pátria podre, mãe burra, que te pariu, gozando
Gozando da nossa cara, do Planalto às palafitas

Futriqueira, enxerida, bala desgraçada
Arranja outro rumo, talvez um peito falido
Ou falida, seja bem acordada ou adormecida
Vá explodir lá em Brasília, bala de uma figa!!