sábado, fevereiro 9

Carta para Companhia

Venho pensando em ti com frequência, ao passo que aguardo por respostas suas, às cartas todas que, esperançoso, entreguei ao mar. Delírios e lamentações, consequência do riso em demasia, que agora chora. Só a tenho em meus sonhos, estes, tão curtos quanto minhas noites à tua presença. Sonhos infantís, coisa pouca, coisa boba, desejos insaciáveis de uma paixão duradoura. Mantenho a promessa de lhe sustentar com meu amor durão, assim como todas aquelas outras de eterna devoção. Noites longas de dias difíceis nessa ilha deserta, da falta de trilhas e rumos, chamada paciência, ora solidão. Tenho passado frio sem teu calor. Há um certo tempo meu peito não bate intensamente, a descrença emocional me abala diariamente. Preciso do teu colo, olhar nos teus olhos azuis, verdes, negros ou castanhos, e fazer mais uma vez as juras do amor maior, de todo o melhor de mim, que lhe pertence e é somente teu. O melhor de mim. Preciso tocar tua pele, como faço em meus sonhos. Pele morena, macia, tão pálida, tão áspera, ou tua pele tão negra. Não demore a responder, espero por longos anos à tua resposta. Enquanto isso, além de meus eternos devaneios, Sol e Lua e Estrelas têm-me feito alguma companhia. Te quero muito bem, e bem aqui. Portanto, não faça pouco caso de minhas juras ou mal julgamento de minhas sinceras palavras, cubra-me com teu rastro de esperança. E diga-me, quem tu realmente és.