Já é tarde, e eu sentado, aqui sozinho
Pensando nela, nisso e naquilo, cansado
Como eu disse, sozinho, pela madrugada
Pensando em como fui parar nessa cilada
Nessa cidade...
Nessa cidade, a qual não mais pertenço
Casa das amizades e antro da regressão
Das ruas úmidas, do eterno céu cinzento
Diferente daquelas nossas manhãs de sol
Naquela cidade...
Lembro-me também daquelas noites
E agora penso, na falta que ela me faz
Tudo tão sincero, tão bonito e eu tão...
Distraído! Vim, voltei, embora pra cá
Fico incompreensível, esquisito, chato
Sem assunto, sem sorrisos, sem nada
Me sinto um morto, me sinto um bobo
Incapaz de ignorar minha ignorância
Minha estupidez...
E por mais que isso seja irrelevante
Pois faz parte do meu caráter podre
Nada me derruba, nem sua ausência
Tampouco minha falta de sanidade
Que cilada...
Acho que sei que estou louco, cansado
Talvez saiba o que realmente sei, ou
Não saiba realmente nada, nada sei
Pois loucura é amar quem não se ama
E deixar pra trás a quem te ama, ela
Que te faz gritar e gritar por dentro,
Flutuando, suspirar, ir ao céu e voltar
Pra realidade dos meus pensamentos
Meus delírios...
Meus sempre companheiros...
Delírios...